quarta-feira, 21 de julho de 2010

Tudo passa, exceto o amor de Deus.

Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicídio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituímos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar. Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
(...)
PS: Isso tudo é muito bonito, mas o quanto disso será suficiente para me manter de pé? Esta é a sensação, quando encaro a realidade... Eu sei que existe uma arte para começar tudo de novo e eu sei que para Deus a minha dor não será em vão. Só tenho que me esforçar bastante. A vida é apenas a arte de continuar vivendo. Tudo isso se resume a arte de continuar vivendo. Vamo que vamo...

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