domingo, 13 de maio de 2012

Sobre o dia da mãe...

É engraçado como algumas coisas marcam a nossa infância. Minha mãe me ensinou desde muito cedo a cumprimentar as pessoas, dar bom dia, boa tarde, boa noite. É por isso que acho que certas coisas são de berço. Educação não vende em prateleira do supermercado. Espero poder ter a clareza, a firmeza, a sanidade e a serenidade para transmitir para os meus filhos a infinidade de coisas boas que recebi. Estudei em uma ótima escola, em uma boa universidade, pude fazer aulas de inglês, natação, futsal, academia. Tive “tudo” que eu quis, aprendi o valor do certo e do errado e descobri que quando a gente quer uma coisa precisa ir atrás: nada cai no colo sem esforço. Fiquei de castigo e apanhei algumas vezes. Nada disso me traumatizou e minha infância foi bonita. Tenho boas recordações e um pouco de saudade de como as coisas eram simples e puras. Ser criança é tão mais fácil, né? Vida de adulto às vezes causa azia e má digestão.

Minha mãe (assim como eu) está longe da perfeição, afinal, somos humanos, mas ela me deu tudo que conseguiu. Não falo de coisas materiais, falo de amor, carinho, atenção. Minha mãe não teve uma infância muito fácil. Por isso, ela nos fez (eu e irmão) prioridade. Dizem que a gente dá tudo que não teve. E ela nos deu tudo aquilo que não recebeu. Ou que quis receber e não conseguiu. Ela tem personalidade forte, é mandona, gosta de dar a última palavra sempre, às vezes tem um humor do cão, mas tem um coração bonito e ajuda quem precisa. Quando estou braba faço bico que nem a minha mãe. E tenho várias manias que ela tem. Acho graça, pois antes eu recriminava e hoje faço igual. Quando está braba com outras coisas desconta em mim. Minha mãe é assim: fica braba com um e desconta em outro. Sou igual. Minha mãe começou a se virar cedo, estudou, trabalhou muito, se formou. É por isso que sempre quis que a gente tivesse uma boa educação, boas oportunidades. Ela sempre se preocupou em nos proporcionar as melhores coisas. E sempre achou que a gente deve fazer por merecer. Nada vem de graça, tudo é batalhado. Acho bonito isso na minha mãe. Ela é uma batalhadora. Uma mulher culta, íntegra, é a pessoa mais honesta que eu conheço. Uma mulher reservada, quietona, crítica. É incapaz de fazer mal pra alguém. Ela nem sempre sabe demonstrar o que sente. Mas dá pra ver claramente certas coisas. Ela parece meio fria, pois não manifesta muita emoção e não é exatamente aquele tipo de pessoa que beija e abraça o tempo todo. Mas ela tem muito amor pra dar. E é uma pessoa incrível.

É interessante como a gente amadurece e começa a ver as coisas de outra forma. Eu não tenho a memória muita boa, não armazeno no meu HD mental muitas lembranças, momentos, situações, mas tem muita coisa boa guardada a sete chaves dentro do meu pobre coração. São essas coisas assim, muito peculiares, que formam uma família e boas histórias para contar.

(Feliz todo dia, mãe. Acho que não existe uma data especial pra dizer o quanto amo você. Pode soar meio clichê, mas todo dia é dia da gente dizer o que sente. E eu tenho o maior orgulho de ter você como mãe. Obrigada por tudo).

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